Aconteceu na tarde de quarta-feira, 20 de novembro, no Tribunal do júri, um júri simulado acerca do tratamento (defesa e/ou acusação) da Leishmaniose, com acadêmicos do 1º período do curso de Medicina Veterinária do UniCatólica, matriculados na disciplina Introdução a Medicina Veterinária, ministrado pela professora doutora Obede Rodrigues Ferreira.
O caso fictício julgado foi de uma denúncia onde o médico veterinário teria cometido uma infração ao fazer eutanásia num animal em desconformidade com as normas supracitadas e que regem esse procedimento. O cachorro Thor, um spitz alemão de 3 anos de idade, foi diagnosticado reagente positivo para Leishmaniose. Inicialmente, por meio do teste rápido e confirmado através do exame de imunofluorescência. O animal ainda não portava a clínica clássica da doença e o que teria levado seu tutor a procurar um médico veterinário seria a seletividade e/ou desinteresse do animal com relação aos alimentos.
O acadêmico do primeiro período do curso, Thiago Tundelo Alves, que foi o defensor público do caso, disse que “acredito que o júri simulado é uma excelente proposta de ensino, pois divide opiniões, permitindo a construção e desconstrução de ideias e conceitos, além de instigar o senso crítico, a participação e reflexão dos alunos envolvidos”.
A organizadora do evento, professora Obede, explica que o júri simulado é uma ótima ferramenta de ensino a ser adotada quando se faz necessário a discussão acerca de assunto polêmico ou que, perceptivelmente, divide opiniões. Segundo a professora, “no contexto da Medicina Veterinária, apesar da eutanásia responder a todos os critérios para a sua indicação, essa conduta, em se tratando de animais com leishmaniose, tem gerado polêmica, visto a existência de um tratamento no mercado que garante a melhora clínica do animal. Mas, que não é capaz de curá-lo. Tratar ou não tratar?”, fala.
“Trabalhar um assunto tão polêmico com alunos do primeiro período do curso de Medicina Veterinária os levam a uma discussão sobre as condutas médica veterinária no exercício da profissão, sobre o papel do médico veterinário no contexto de saúde pública, saúde única e finalmente os levam a refletir sobre a sua importância como promotores e defensores do bem-estar animal”, concluiu a professora.
