O Dia dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril, foi celebrado de forma especial pelos estudantes dos cursos de Psicologia e Engenharia Ambiental do Centro Universitário Católica do Tocantins (UniCatólica). A ocasião foi marcada por uma visita científica à aldeia Karêhu, pertencente à etnia Xerente e situada na cidade de Tocantínia – TO.
A atividade foi concebida e coordenada pelo Professor Dr. Luiz Claudio Ferreira, responsável pela disciplina de Unidade Educacional Extensionista V no curso de Psicologia. Com a adesão da turma à proposta, o NAC – Núcleo de Arte e Cultura, engajado, abraçou a iniciativa e, em colaboração, levaram adiante a proposta.
Durante todo o dia 19 de abril, estudantes e docentes juntaram-se aos povos da etnia Xerente e participaram das atividades comemorativas do dia. Durante o período da manhã, os jogos tradicionais foram realizados e em processo de interação dialogada as acadêmicas e docente do UniCatólica participaram ativamente. Como outra atividade, a tão esperada pintura corporal foi realizada para quem se interessou em interagir de uma maneira mais orgânica com a tradição xerente.
Imagem: Milena Mendes
Imagem: Mari Felix
Para finalizar a manhã, um banho de rio para aplacar o calor e experimentar mais um momento dos modos de vida daquele povo hospitaleiro e excelentes anfitriões. A seguir, foi servido um almoço preparado pelos indígenas, utilizando tanto os ingredientes levados pelos visitantes quanto os tradicionais da cultura local. Um momento coletivo de partilha, onde mais uma vez as questões culturais foram abertas, permitindo que todos os presentes aprendessem com aquela população originária do Tocantins, do Brasil.
Segundo o docente Luiz Claudio Ferreira, “estar junto com essa população originária no dia especialmente dedicado aos povos indígenas foi uma experiência enriquecedora. A diferença nas atividades esportivas, culturais e linguísticas deixa evidente para nós que os Xerente como tantas outras nações indígenas habitam esta terra muito antes da chegada de europeus. Isto é importante para estudantes apreenderem para que o respeito com esses povos se consolide no dia a dia”, compartilhou.
Na ocasião, esteve presente a Secretária Estadual dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins, Narubia Werreria, que emocionou a todos com um discurso comprometido com a proteção das culturas dos povos originários indígenas e quilombolas do Estado. No final de sua fala ela entoou uma canção autoral em que evidencia a resistência dos povos indígenas.
No período da tarde, os acadêmicos e docentes aprenderam sobre a relação linguística do português com o idioma Xerente e assim pode-se perceber a riqueza vocabular daquela nação. São vários estudantes universitários que pertence a etnia e que buscam se apropriar dos conhecimentos universitários para a melhoria da vida cotidiana no território que habitam. Antes do momento de embarque de volta à Palmas, estudantes e docentes acompanharam, a esperada corrida de tora, atentos a bravura e resistência dos guerreiros Xerentes.
Para as acadêmicas do UniCatólica, as experiências proporcionadas pela visita as mobilizou intensamente. Segundo Lourrane Martins, do quinto período de Psicologia, “Realizar essa Visita foi uma das experiências mais incríveis que já vivi. Ter o privilégio de poder conhecer outras culturas, compartilhar de suas vivências e singularidades, não tem preço. Além disso, a forma como fomos recebidos pelos indígenas foi acolhedora e essencial para o período que passamos juntos!”
De acordo com Milena Mendes, do segundo período, “A ida até a Aldeia foi uma experiência de muito conhecimento e aprendizado para mim. Naturalmente, quando não conhecemos uma cultura, a tendência é criarmos teorias e alguns preconceitos, então essa ida foi esclarecedora. Me ensinou a olhar diferente, entender que eles têm uma história, uma cultura que vêm vencendo muitos desafios para manterem e passar de geração para geração”.
Para Milena Paz, também do quinto período “A visita na Aldeia Karêhu, da etnia Xerente foi uma experiência incrível e muito enriquecedora. Pude ampliar meus conhecimentos sobre os povos indígenas que antes eram bem limitados. Pude testemunhar de perto suas histórias, danças, músicas, língua, pinturas, artesanatos, culinárias, roupas tradicionais e a sua luta pela preservação de sua cultura. Foi uma oportunidade única de mergulhar na riqueza cultural desse povo.”
A estudante Silvia Daniele, do quinto período de Psicologia, diz que “A Visita Científica foi uma experiência inesquecível, na qual tivemos a oportunidade de vivenciar um pouco da cultura indígena e nos integrarmos à comunidade, possibilitando um aprendizado mútuo sem igual. Momentos de descontração, troca de saberes e conversas descontraídas marcaram nossa imersão nesse universo rico em valores como a sabedoria ancestral, a simplicidade da vida em harmonia com a natureza e a força da identidade cultural”.
Imagem: Mari Felix
