A primeira mulher no mundo a ser reitora de uma universidade católica, a assistente social Nadir Gouvêa Kfouri, faleceu com a idade 97 anos, na noite do dia 13 de setembro.
Historicamente vinculada ao período em que as mulheres lutavam pela conquista de seu espaço no mercado de trabalho, para que Nadir Kfouri assumisse, pela primeira vez, a reitoria da PUC de São Paulo, foi necessária a interseção de Dom Paulo Evaristo Arns junto ao Papa Joāo Paulo VI. Em razão de sua consagrada competência na gestão, foi eleita pelo voto direto dos alunos, funcionários e professores para mais um mandato, administrando, portando, a Instituição de 1976 a 1984.
Conhecida por suas convicções e princípios, Nadir Kfouri, é lembrada também por ter defendido pessoalmente a PUC-SP e sua comunidade, na noite de 22/9/1977, em plena ditadura, na última grande operação da ditadura militar contra o movimento estudantil, quando tropas da Polícia Militar, em perseguição a estudantes advindos de um ato público em frente ao Teatro da Universidade, invadiram e depredaram o campus Perdizes. Ao lado do vice-reitor comunitário, Edênio Valle, e do diretor da Faculdade de Direito, Hermínio Alberto Marques Porto, a então reitora enfrentou o secretário de Segurança Pública, coronel Erasmo Dias, chefe da truculenta operação, negando-lhe um aperto de mão, virando-lhe as costas e dizendo: “Nāo dou a māo a assassinos”.
Nadir Kfouri se tornou uma referência na história do país, marcando a ascensão da mulher no mercado de trabalho, principalmente, no que tange aos cargos de chefia. Atualmente, a Faculdade Católica do Tocantins possui, na composição de sua diretoria, duas mulheres: As professoras Clarete de Itoz (Diretora Geral) e Maria Rosa (Vice-Diretora de Ensino Pesquisa e Extensão).
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