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Documentário resgata papel das mulheres na construção de Palmas
No último dia 10, o curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Católica do Tocantins (UniCatólica) promoveu mais uma edição do projeto Dia de Cine em parceria com o Núcleo de Arte e Cultura (NAC). O destaque da vez foi o documentário “Palmas, Substantivo Feminino”, uma produção tocantinense que lança luz sobre as histórias de cinco mulheres pioneiras que chegaram à capital na época de sua fundação e tiveram papel fundamental na formação e no desenvolvimento da cidade.
O filme, com roteiro de Ariadne Feitosa e direção de Rayssa Carneiro, foi produzido com recursos da Lei Paulo Gustavo e teve sua segunda exibição pública durante o evento. Além da exibição, a atividade contou com a presença da equipe de produção, incluindo diretoras, fotógrafas e demais colaboradoras que participaram de uma roda de conversa com os estudantes sobre os bastidores do projeto que foram desde a escolha das entrevistadas até decisões técnicas de enquadramento e edição.
Segundo a professora Ludmila Benedetti, o documentário não apenas reconta a história da cidade por uma nova perspectiva, mas também promove um exercício de escuta ativa e reflexão. “Os estudantes puderam conversar sobre o processo de produção e, em seguida, realizaram uma atividade prática em que expressaram sua própria relação com Palmas. Os trabalhos foram expostos no hall de entrada do UniCatólica, promovendo um diálogo sensível entre passado e presente”, destacou.

A professora Ana Carla Bottura, idealizadora do projeto Dia de Cine, também reforça o caráter provocativo do documentário: “A obra apresenta histórias até então desconhecidas porque a história oficial não conta o ponto de vista das mulheres. E essas mulheres não estavam apenas nos bastidores, estavam nas trincheiras, erguendo a cidade com o cuidado, a força, o intelecto e o trabalho manual”, refletiu
A roteirista Ariadne Feitosa complementa: “Queríamos contar um outro lado da história. Como diz Chimamanda Adichie: ‘há perigo em uma história única’. A nossa pergunta foi: onde estavam as mulheres na construção de Palmas? Através do filme, mostramos que elas sempre estiveram lá, mas foram invisibilizadas. A cidade sempre foi contada pelas fotos em preto e branco de homens à frente. E as mulheres?”
Além do documentário, o evento também apresentou peças de uma exposição coletiva que retrata a visão de mulheres que participaram dos primeiros anos da capital. A atividade final convidou os estudantes a refletirem sobre o que Palmas representa para cada um deles, fortalecendo a ideia de que o planejamento urbano deve ser pensado para todos: mulheres, homens, crianças, idosos, pessoas LGBTQIA+, etc.
Ao provocar uma revisão da história oficial e inspirar novos olhares para o planejamento das cidades, Palmas, Substantivo Feminino não apenas preenche uma lacuna histórica, mas também convida a imaginar um futuro mais inclusivo, afetivo e plural. Afinal, como questiona Ariadne: “Palmas é uma cidade planejada… mas planejada para quem?”

FICHA TÉCNICA:
Direção: Rayssa Carneiro
Roteiro: Ariadne Feitosa
Produção: Rayssa Carneiro e Ariadne Feitosa
Assistente de Direção: Helen Lopes
Direção de Fotografia: Vic Pesan
Câmeras: Vic Pesan e Jéssica Vieira
Som direto: Millena Kanela
Montagem e Edição: Helen Lopes
Edição de Som: Iuri Grooveman
Publicado por Luma Marinho